terça-feira, 19 de novembro de 2019

Filme – O Show de Truman: O Show da Vida (The Truman Show, 1998)
novembro 19, 2019

Filme – O Show de Truman: O Show da Vida (The Truman Show, 1998)

Nós gostamos de assistir!

Truman Burbank é uma pessoa normal como todas as outras. Porém, faz parte de um reality show, ou seja, desde que nasceu vive em uma cidade completamente projetada para ele, onde seus movimentos são monitorados 24 horas por dia e transmitidos para todo o mundo.

The Truman Show, 1998

Com direção de Peter Weir. O filme conta com a espetacular atuação dramática de Jim Carrey, que faz o papel de Truman Burbank, que é o centro de tudo aqui. Truman é uma farsa, “Literalmente falando”. Sua vida tem sido transmitida por um programa de TV paga 24 horas por dia. Seus pais o abandonaram e o diretor do programa resolveu fazer algo fútil que prendesse a atenção dos telespectadores. Ele mora em uma cidade cenográfica, com parentes e amigos cenográficos, um emprego cenográfico e o pior: ele não sabe de nada.

Naquele ambiente é recriada uma ilha chamada Seaheven – nome que vem da junção das palavras Sea (mar) e Heaven (refúgio, lugar seguro), um "refúgio à beira mar" – local em que vive desde a infância até a vida adulta; transmitida ininterruptamente durante 24 horas por dia, sete dias por semana, e visto por bilhões de pessoas ao redor do mundo através da TV.

Tem uma vida rodeada de mentiras, com câmeras embaixo do seu nariz registrando todos os seus atos. Não deixam de registrar nenhum passo seu, visto que nas ruas tem câmeras em todas as esquinas. Algo que é importante registrar é que, quando entra em um supermercado e compra algo, a marca acaba sendo divulgada, fazendo que com isso a popularidade do produto cresça. Mostra-se presente no filme o marketing, o merchandising. Uma câmera despenca do teto enquanto Truman dorme, deixando encabulado e cismado com tudo e com todos. Nos resta saber se Truman descobrirá o show feito às suas custas em breve ou não.

O filme é uma referência clara à alegoria do Mito da Caverna de Platão (427 – 327 a.C), presente no livro “A República”. Resumidamente, esse mito conta a história de cativos que, desde a infância, são presos em uma caverna sem jamais saírem daquela situação. Eles só podiam vislumbrar as sombras de objetos reais projetadas nas paredes através da luz, fazendo com que acreditassem “ser aquilo a realidade”.

Um ponto interessante em "O Show de Truman" é que a obra cinematográfica remete a atmosfera opressora presente em “1984”, livro do grande escritor e jornalista inglês George Orwell (1903-1950), no qual Estado é controlado pela figura do “Big Brother”, que se utiliza de telecâmeras para monitorar e manipular a vida das pessoas. Da mesma forma acontece no filme, porém, o foco está em Truman. E o personagem Christof (interpretado por Ed Harris), criador do programa, que faz alusão ao Big Brother (O Grande Irmão) da obra de Orwell.

Embora o público saiba que Truman vive confinado desde o nascimento em um estúdio privado de sua liberdade, não se comove com tal fato e muito menos questiona a situação exibida ali. Veem aquele espetáculo com normalidade.

Ao longo do filme surgem situações estranhas em que leva Truman em busca de respostas. Com isso, dá inicio a jornada do herói que, segundo Joseph Campbell, no livro “O Herói de Mil Faces”, a aventura do herói é antes de tudo uma autodescoberta do indivíduo e do seu autodesenvolvimento.

O filme nos leva a refletir sobre tantas coisas. Todos temos um pouco de Truman dentro de nós. Estamos sempre tentando sermos diferentes uns dos outros e acabamos sendo todos iguais, e com os mesmos ideais. Truman ansiava por liberdade, acredito ser esse um dos nossos maiores trunfos e busca por ideal de vida. Ser livre requer uma dose extra de coragem para que possamos transgredir nossos valores mais obscuros. Algo que notei, foi a alusão do nome Cristof à Cristo. Seu desejo incontrolável de controlar a vida de Truman, chega a se aproximar de um deus que manipula nosso livre arbítrio, mas que no fundo nos ama a sua maneira. Foi apenas algo que notei, mas não que eu concorde. Enfim, é um daqueles filmes que quando os créditos finais começam a subir, você já começa a refletir e se pega algumas horas pensando sobre a temática e como a nossa vida também é manipulada pelas grandes mídias e pela sociedade como um todo. Recomendo a todos!

Um comentário:

  1. Entrei na sala de cinema para ver este filme sem querer! Não gostei muito mas de certo modo mexeu com a minha cabeça, porque lembro-me dele até hoje e de toda a filosofia por detrás da história!

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