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quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Você não consegue ficar em qualquer lugar sozinho

Charley é um menino de 15 anos que vive com o pai solteiro em Portland, Oregon. Na procura pela tia desaparecida há anos, Charley consegue um emprego de verão como treinador de cavalos e acaba fazendo amizade com um cavalo de corrida chamado Lean on Pete.

Já cheguei a compartilhar aqui filmes outros filmes com cavalos. Gosto de tramas que se misturam com esses animais lindos. Agora, eu comecei assistir esse filme pensando ser um filme sentimentalista, mas ele vai bem além disso, posso dizer que é um filme duro e comovente, que ao contrário de outros do gênero, não depende apenas do cavalo para emocionar o espectador e construir uma histórica poética a respeito do companheirismo e da amizade.

A Rota Selvagem (Lean on Pete, 2017)

Charley (interpretado por Charlie Plummer) é o adolescente de bom coração, bom caráter e má sorte que, no interior americano, se apega a um cavalo de futuro tão incerto quanto o seu próprio. Filho de um pai problemático e alcoólatra (interpretado por Travis Fimmel), Charley consegue um emprego com Del Montgomery (interpretado por Steve Buscemi), um criador de cavalos de corrida, onde começa a se apegar ao cavalo Lean On Pete. O cavalo já com 5 anos, está próximo de ser aposentado devido a um problema nas patas.

Após a morte de seu pai, a única coisa que resta ao garoto é sua amizade com Lean On Pete, e uma tia com quem perdeu o contato há anos. Ao descobrir que os cavalos aposentados são sacrificados, Charley em um ato desesperado, foge levando Lean On Pete, em busca de encontrar sua tia. Será que o garoto estará preparado para todas as adversidades que irá enfrentar sem dinheiro e viajando com um cavalo?

A jornada de Charlie não é apenas física, mas também psicológica. No começo da narrativa, apesar do pai relapso, o protagonista é de certa maneira inocente, e se incomoda ao descobrir o lado sinistro dos bastidores das corridas de cavalos, como os ilegais buzzers – aparelhos que dão choques nos animais para fazê-los correr mais rápidos – e o dopping, além do sacrifício de cavalos que não podem mais correr. Porém conforme sua jornada avança, e ele se vê em necessidade, não hesita em roubar, enganar, e até mesmo agredir para conseguir chegar a seu destino. Ao final da jornada, ele está destruído física e psicologicamente.

Achei que a escolha do nome no Brasil tirou parte do poder do nome original. A tradução de ''Lean on Pete'' o nome do cavalo, significa “Conte com Pete”, que é o que acaba sustentando o protagonista em sua jornada. Quando Charley perde tudo, se apoia por completo na figura do cavalo, o seu único amigo. E isso dá todo um sentido especial para o título.

Inspirado no livro homônimo de Willy Vlauti e dirigido por Andrew Haigh. Lean on Pete é um filme sóbrio e discreto, sem sentimentalismos excessivos, mas de partir o coração. Agora, preciso mencionar a fotografia desse filme que é espetacular, ainda mais nas cenas noturnas que me deixou muito satisfeito. Enfim, é um drama interessante para se refletir sobre a natureza humana, e sua fragilidade perante as circunstancias adversas, mesmo quando estas se mostram resilientes. Recomendo!
Filme – A Rota Selvagem (Lean on Pete, 2017)
agosto 21, 2019

Filme – A Rota Selvagem (Lean on Pete, 2017)

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Ele foi sua inspiração. Ele fez suas vidas extraordinárias.

Um carismático professor de literatura chega à um conservador colégio, onde revoluciona os métodos de ensino ao propor que seus alunos aprendam a pensar por si mesmos.

Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989)

Com direção de Peter Weir, lançado em 1989. Conta a história de um professor de poesia nada ortodoxo, de nome John Keating (interpretado por Robin Williams), em uma escola preparatória para jovens, a Academia Welton, na qual predominavam valores tradicionais. Esses valores traduziam-se em quatro grandes pilares: tradição, honra, disciplina e excelência. Já Keating que possui métodos de aprendizagem diferenciados da escola, naquela época os alunos não tinham opção de escolher suas profissões, quem as escolhiam eram seus pais.

Keating incentiva seus alunos a pensar de maneira própria, mas a direção da escola fica insatisfeita com a atuação dele, principalmente quando ele fala sobre a Sociedade dos Poetas Mortos. Os alunos gostam do novo professor e começam a superar seus medos e problemas. Com o seu talento e sabedoria, Keating inspira os seus alunos a perseguir as suas paixões individuais e tornar as suas vidas extraordinárias. O filme mostra também que em certa altura da vida, as pessoas, em especial os jovens, deveriam opor-se, contestar, gritar e sobretudo ser "livres pensadores", e não deixar que ninguém condicione a sua maneira de pensar, mas também ensina esses mesmos jovens a usarem o bom-senso.

A Sociedade dos Poetas Mortos é formada por Todd A. Anderson (interpretado por Ethan Hawke), Neil Perry (interpretado por Robert Sean Leonard), Steven K. C. Meeks Jr. (interpretado por Allelon Ruggiero), Charlie Dalton (interpretado por Gale Hansen), Knox T. Overstreet (interpretado por Josh Charles), Richard S. Cameron (interpretado por Dylan Kussman) e Gerard J. Pitts (interpretado por James Waterston).

Eles fazem encontros a noite em uma caverna para ler poemas. Um aluno em questão ganha ênfase no filme, é Neil, apaixonado por artes. Seu pai quer colocá-lo em um colégio militar, mas Neil não aceita e comete suicídio. Keating é acusado de ser responsável pela morte do aluno. O diretor assume suas aulas e os alunos fazem uma manifestação a favor de Keating.

Dead Poets Society, 1989

Um filme que nos trás um grande aprendizado. Nos ensina a corremos a atrás do que queremos, a sonharmos com o que desejamos e que aproveitemos tudo isso. Emocionante, reconfortante, um longa de 89 mas mesmo assim tão atual. Quantos pais controlam a vida acadêmica de seus filhos, quantos pais são como os de Neil, que o afastam de seu próprio sonho, afastam o filho de quem ele realmente é. Neil Perry se sentiu sufocado. Se sentiu uma marionetismo nas mãos dos pais, e pra ele, não havia saída. Muito triste a vida de um jovem se esvair pelas suas mãos desse jeito, um jovem que incentivava os seus amigos a serem eles mesmos, aproveitar o dia e no fim, ele não pode aproveitar o dele. 

Com o final de Sociedade Dos Poetas Mortos é deixado a lição: Carpe diem, aproveitam o dia, aproveitem o hoje, nunca deixe nada para depois, pois o amanhã será tarde demais.
Filme – Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989)
agosto 20, 2019

Filme – Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989)

Acredite 1:15:10

Num futuro não muito distante, cerca de 30 anos após o término da guerra, um homem solitário cruza a paisagem devastada da América do Norte. Cidades abandonadas, viadutos destruídos, crateras no solo — ao seu redor, as marcas da destruição catastrófica. Não há civilização aqui, nem lei. As estradas estão dominadas por gangues que matariam um homem pelos seus sapatos, por um copo d’água… ou simplesmente por nada. Mas eles nem se comparam a esse andarilho. Um guerreiro não por opção, mas por necessidade, Eli só quer viver em paz, porém, se desafiado, ele destroçará seus agressores antes que eles se deem conta do seu erro fatal.

O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)

Mais um filme que trata do apocalipse iminente, causado pelo próprio homem, pelas suas guerras e ambições desenfreadas e doentias, aonde no fim nos resta apenas um mundo sem cor, sem paisagem, apenas um mundo cinza, e caótico. Esse é o ambiente do filme, O Livro de Eli. Confesso que gosto muito de filmes apocalípticos, pois parece cada vez mais que a humanidade caminha para isso.

Com direção dos dos irmãos Allen e Albert Hughes, lançado em 2010. Na trama acompanhamos Eli (interpretado por Denzel Washington), uma homem que há 30 invernos caminha em direção ao Oeste carregando e protegendo um livro, este livro era seu companheiro de todos os tempos e era o combustível que ele precisava para seguir a viagem. O filme não entra em detalhes sobre o que aconteceu com a terra que está diante dos nossos olhos. O que vemos é um mundo pós-apocalíptico, destruído por uma guerra. Um mundo sem regras e sem lei. Eli viaja com o livro porque ouviu uma voz, que o orientou a rumar para onde o sol se põe. Eli é da paz, mas ai de quem se meter em seu caminho. E para gerar um pouco de boas cenas ação, alguns se metem. O vilão dessa história é Carnegie (interpretado por Gary Oldman), o chefe de um vilarejo bem interessante, que há tempos caça um livro, que segundo a sua crença, possui palavras poderosas, que podem torná-lo um grande líder e dominador. Bem, não é difícil imaginar que o livro que o bandido quer é o livro que o mocinho tem.

O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)

A perseverança de Eli em meio as dificuldades enfrentadas em sua jornada é o ponto alto do filme. Uma aventura que se pararmos para refletir pode nos deixar ensinamentos valiosos. Em nossas vidas, nem sempre encontraremos facilidades para alcançarmos nossas metas e se as encontrarmos, devemos refletir se este realmente é o caminho a ser seguido.

É um grande filme, que nos mostra que mesmo em tempos difíceis, temos que manter nossa fé, mesmo que não vejamos nada naquele instante.

Andamos pela fé, não pela visão, quer dizer que você tem certeza das coisas, mesmo não sabendo de nada! Não tem sentido, é a Fé, a Fé é a luz da escuridão que me dá força, para seguir em frente.

Esse é o ápice do filme, pois mostra que o sofrimento em alguns momentos é importante! Como homens, buscamos sempre levar vantagem porque somos imediatistas, momentâneos, mas aquele que vive por fé sabe da recompensa que terá por seu sofrimento. Os problemas para o homem que vive na fé verdadeira é uma preparação para a sua grande recompensa futura.

Em um mundo pós-apocalíptico, onde não há legislação e a ignorância é geral, as pessoas não irão temer nada, sua busca pela sobrevivência as fará roubar, matar… pois elas não tem referência daquilo que é virtuoso. Então chega Eli, um homem que conhece a verdade na qual é revelada em um livro, a Bíblia Sagrada, e baseado nesse livro, ele aprende sobre o amor ao próximo, a gratidão a Deus e principalmente que aquele livro não deixará o mal prevalecer e que Deus controla soberanamente o mundo conforme a Sua vontade e que no momento certo a vitória chegará para o justo. Recomendo!
Filme – O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)
agosto 20, 2019

Filme – O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010)

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro.

Baseado em uma história real do alemão Oskar Schindler, que viu na mão-de-obra judia uma solução barata e viável para lucrar com negócios durante a guerra. Com sua forte influência dentro do partido nazista, foi fácil conseguir as autorizações e abrir uma fábrica. O que poderia parecer uma atitude de um homem não muito bondoso transformou-se em um dos maiores casos de amor à vida da História, quando este alemão abdicou de toda sua fortuna para salvar a vida de mais de mil judeus, em plena luta contra o extermínio alemão.

 A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)

O filme inicia com uma oração do Shabat. Uma vela se apaga e sua fumaça sobe, cortando para a fumaça do trem. Nesse caso, temos a representação da morte.

Lançado em 1993 com direção de Steven Spielberg, o filme traz a história do alemão Oskar Schindler (interpretado por Liam Neeson), um afiliado ao Partido Nazista que chega à cidade de Cracóvia para abrir uma fábrica de panelas para o exército. Em seu negócio, Schindler começa a utilizar mão de obra escrava dos judeus pois, sem precisar gastar com os salários dos operários, ele espera conseguir lucrar muito com as vendas.

Entretanto, com o passar do tempo, Schindler se comove com a tristeza daquele povo e passa a utilizar a fábrica como um meio de salvá-los de serem enviados para os campos de concentração de Auschwitz, onde seriam incinerados. Sendo assim, transforma a fábrica em uma indústria de armamento para as tropas nazistas, o que justifica a permanência dos trabalhadores nela.

Itzhak Stern (interpretado por Ben Kingsley) é um judeu que começa a colaborar com Schindler na administração da fábrica, que também acaba ajudando a falsificar documentos para retirar do caminho dos campos de concentração muitas pessoas, alegando serem "essenciais para o trabalho".

É nesse contexto que somos apresentados a Amon Göth (interpretado por Ralph Fiennes), o Tenente da SS que é enviado a Cracóvia para supervisionar a construção de um Campo de Concentração - o qual retira todos do Gueto e os leva para lá. Oskar Schindler faz uma "amizade" com Göth, subornando-o sempre que necessário para conseguir privilégios em relação a seus trabalhadores. Ele inclusive suborna Amon para que este lhe dê permissão de construir um campo de concentração dentro de sua fábrica, para que os judeus não precisem ficar no "vai e vem" todo dia. Amon Göth era o mal em figura de gente. 

 A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)
Há cenas extremamente fortes, mas necessárias ao contexto e aos olhos de cada um que assista ao filme. A crueldade expressa no longa traz à tona tudo o que a humanidade um dia pode esquecer. É interessante notar a evolução de Schindler, inicialmente pensando somente em lucrar e depois, quando se vê inserido no contexto nazista, o filme mostra perfeitamente suas ações tomadas inteiramente no coração. Diversas frases e cenas marcam este filme, que provavelmente viverá para sempre, como um verdadeiro “livro de história”.

Esse filme, de mais de três horas de duração, levanta também um questionamento: até onde a maldade humana pode chegar? Ele não corta as cenas quando alguém toma um tiro. Ele mostra as coisas como são, nuas e cruas, sem censura alguma. Aliás, é isso mesmo que tenta mostrar, cada condição passada pelos judeus, o sofrimento que causou tudo isso. Isso é história, porque faz refletir mais sobre o que alguém pode fazer a troco de uma ideia doentia.

O filme A Lista de Schindler é baseado no romance homônimo publicado em 1982 por Thomas Keneally sobre Oskar Schindler (1908-1974), um industrial alemão, que durante a Segunda Guerra Mundial salvou 1200 judeus da morte. 

No final, a cena quando Schindler vê quantas pessoas salvou e pensa que poderia ter salvo ainda mais, é emocionante. Enfim, acredito que falta muito ainda o que falar desse filme. Só sei que é uma obra-prima atemporal. É uma parte da história da humanidade. É tantas coisas que nem sei dizer. É um impacto. É um filme definitivo sobre o Holocausto. Um trabalho como esse não altera o passado, mas com certeza pretende impedir que as atrocidades se repitam em um futuro qualquer. Recomendo!
Filme – A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)
agosto 15, 2019

Filme – A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)

Uma história de inocência em um mundo de ignorância.


Alemanha, 1940. Bruno tem oito anos e vive com sua família em Berlim. Quando seu pai, um oficial nazista, é promovido, ele é obrigado a abandonar seus amigos e se mudar para uma região deserta onde não há nada para fazer. Um dia, o menino ignora a proibição da mãe e anda até um misterioso local cercado, onde todos usam roupas listradas. Lá, ele conhece Shmuel, um garoto de sua idade que vive do outro lado da cerca. Os dois desenvolvem uma amizade proibida, que terminará por introduzir Bruno no terrível mundo dos adultos.

O filme aborda temas políticos, sociais e, principalmente, Históricos, não expondo nenhuma vítima, mas trazendo uma mensagem de uma emocionante trajetória relatada pelo cinema, sobre um dos maiores massacres da história da humanidade.

Asa Butterfield interpreta Bruno

Pela janela de seu quarto, um menino de oito anos consegue avistar uma grande ''fazenda'', onde adultos e crianças passam o dia todo vestidos com pijamas listrados. É a partir da curiosidade em relação a essa imagem inusitada que se desenvolve toda a história de "O Menino do Pijama Listrado". Lançado em 2008, com direção de Mark Herman, o filme se passa em 1940 e tem início quando o garoto Bruno recebe a notícia de que terá que deixar sua confortável casa em Berlim e se mudar com a família para um lugar isolado, no campo. O motivo é a promoção de seu pai, um oficial nazista, que para ele é apenas um soldado.

Logo que chega à nova casa, essa fazenda que ele avista do quarto passa a ser a possibilidade que ele tem de alterar a rotina solitária do lugar e arranjar alguém para brincar. E é isso que ele busca quando desobedece as orientações de sua mãe e vai até o jardim dos fundos, de onde sai em direção àquelas pessoas de pijamas listrados. Lá, ele conhece Shmuel (interpretado por Jack Scanlon), que também tem oito anos, mas vive do outro lado da cerca. As visitas ficam cada vez mais frequentes e, curioso, ele passa a perguntar a seus pais e à sua irmã o que é esse lugar e quem são aquelas pessoas, mas as respostas, ora evasivas, ora negativas, não têm nada a ver com o que seu coração lhe diz.

O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)

O tal campo de concentração, como chamam, não tem nada de belo e de alegre como ele vê nos vídeos mostrados a seu pai, e o menino judeu não se parece em nada com o monstro desenhado por todos. Então por que ele tem que ser inimigo? Essa é uma das coisas que Bruno não consegue entender. Mas se o amigo Shmuel não pode vir para o lado de cá da cerca, por motivos que ele também não compreende, então talvez seja mais fácil que ele mesmo passe para o lado de lá. E é exatamente essa decisão que ele toma quando Shmuel pede ajuda para encontrar o seu pai que não voltou de um ''serviço''.

O filme é baseado na obra homônima do irlandês John Boyne, escrito em 2007. Consigo definir o filme em uma palavra: inocência. É uma história que mexeu muito comigo e com certeza permanecerá na minha memória por um bom tempo. Levanta o debate que nenhuma criança nasce preconceituosa, são os adultos que colocam a maldade no coração das crianças. Já o desfecho deixa a lição que não importa status ou riqueza, no final somos todos iguais. Recomendo!
Filme – O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)
agosto 15, 2019

Filme – O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)

Existem algumas ligações que nenhuma distância pode quebrar.

Maravilhoso filme que narra a comovente aventura de Bella, uma cachorrinha pitbull que se lança numa viagem épica de mais de 600km de volta para casa, depois de se ver separada de seu querido humano, Lucas, um jovem estudante de Medicina e voluntário no Hospital dos Veteranos. Bella afeta a vida de muitos ao longo de sua determinada expedição; de uma filhotinha órfã de puma a um veterano sem-teto no fundo do poço, Bella traz alegria e consolo a todos aqueles que conhece com sua fé e seu espírito único.

A Caminho de Casa (A Dog's Way Home, 2019)

Com direção de Charles Martin Smith, baseado no livro homônimo de W. Bruce Cameron. O longa conta a história de Bella, uma cadelinha adotada por Lucas (interpretado por Jonah Hauer-King) quando ainda era bem pequena. Ela logo conquista todos à sua volta, mas muito travessa, gosta de correr atrás de esquilos na rua. Em uma dessas aventuras, acaba sendo pega pelo Controle de Animais, devido uma lei local que proibe a circulação de cachorros da raça pitbull e acaba sendo levada para um abrigo a 400 milhas de distância de sua casa. Entretanto, Bella consegue fugir e não se dará por vencida e viverá uma jornada cheia de aventuras, até reencontrar seu dono.

O grande diferencial aqui é o filme ser narrado pela própria Bella, em primeira pessoa. Mas por que vale tanto a pena assistir esse filme? Bem, é comum o amor que move a relação entre humanos e os animais sustentar vários outros bons filmes, mas a história de Bella segue esse script da luta do amor frente a forças que tentam atrapalhar, contudo temos aqui uma verdadeira epopéia de forças contrárias e o que fica o tempo todo em destaque não é esse negativismo, mas o amor sempre tentando superar o que parece insuperável. O amor sempre vence.

A Caminho de Casa (A Dog's Way Home, 2019)

Há quem pense que os homens dependem tanto dos animais quanto eles dependem da gente. O amor incondicional de um cachorro tem muito a ensinar ao nosso egoísmo natural. Existe sim uma ligação fora do convencional nessa relação que faz a nossa aparente superioridade na inteligência ser o menos importante frente a empatia e o amor puro dos dogs. A verdade é que cachorros ensinam os homens a amar. Bella enfrenta uma jornada absurda para ficar junto de seu amado dono Lucas porque afinal de contas ele é a pessoa da vida dela, assim como ela é a cachorra da vida dele.

Quem acessa o blog há um tempo pode perceber que eu me amarro em filmes caninos, já compartilhei vários aqui como Meu Cachorro Skip, Shiloh, Benji, Beethoven (apesar de nunca ter publicado nada ainda aqui). Enfim, filmes assim aquecem nosso coração. Quando se tem bichinhos de estimação em casa, esse tipo de filme mexe ainda mais com a gente. Recomendo!
Filme – A Caminho de Casa (A Dog's Way Home, 2019)
agosto 15, 2019

Filme – A Caminho de Casa (A Dog's Way Home, 2019)

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Eles deram tudo o que tinham para salvar tudo o que podiam

Em 1939, na Polônia, Jan e sua esposa, Antonina, são os donos do zoológico de Varsóvia. Quando a Alemanha nazista invade o país, eles decidem ajudar o máximo de pessoas possível oferecendo abrigo. Mas o segredo é ameaçado por Lutz Heck, zoologista alemão a quem eles são obrigados a reportar. Em pouco tempo, eles começam a trabalhar com a resistência e planejam salvar centenas de vidas ameaçadas pela invasão.

O Zoológico de Varsóvia

O filme tem início pouco antes da Polônia ser invadida pela Alemanha, em 1º de setembro de 1939, possibilitando o espectador de conhecer o quão tenso era se viver ali naquele período. A cena do bombardeio mostra muito bem o perigo que é viver num país em guerra. Vivendo em Varsóvia (sim, onde foi criado o Gueto de Varsóvia), Jan Zabinski (interpretado por Johan Heldenbergh) é o responsável pelo zoológico da cidade junto com Antonina (interpretada por Jessica Chastain), sua esposa. 

É Antonina que toma a iniciativa de ajudar aos judeus que estão perdendo, cada dia mais, sua cidadania, deixando Jan apreensivo, a princípio. Mas logo, o homem vê seus amigos perdendo a casa, pertences, tendo que viver no gueto, ficam sem liberdade e direitos. Então, o casal decide esconder o máximo de judeus no porão onde ficavam os animais do zoológico que acabaram ou sendo mortos ou sendo levados para outro lugar. Para que os nazistas não descobrissem o que estavam fazendo, eles pediram autorização para criar porcos. O filme mostra também o assédio que Antonina sofre para manter o segredo da família diante do Oficial Nazista. Outra cena bastante impactante mostra que os judeus e as minorias não eram nada além de uma praga que deveria ser exterminada do Reich, mas serviam para os desejos de soldados nazistas.

A personagem principal, que esta sob a pele de Jessica Chastain (com uma atuação fenomenal), é a grande alma do filme. Sua delicadeza e coragem com que encara essa nova fase em sua vida é algo bem nítido nas emoções da personagens, principalmente nos diálogos com seu marido e o modo como tenta lidar com as ações e observações de Lutz Heck (interpretado por Daniel Brühl). Antonina é uma guerreira da era moderna, sua luta é ajudar a quem precisa mesmo que isso coloque ela e sua família em constante perigo. Todo o carinho e dedicação com sua família refletem nos novos hóspedes que abriga, respeitando suas tradições e sendo uma referência para as crianças que ficaram longe de suas famílias.

Jessica Chastain interpreta Antonina em O Zoológico de Varsóvia

O filme é adaptado do livro que leva o mesmo nome e foi escrito pela autora Diane Ackerman. Antonina e Jan Żabiński, um marido e esposa cristãos, supervisionavam os animais do Zoológico de Varsóvia, na Polônia, durante a década de 1930, com muito amor e cuidado.

O Zoológico de Varsóvia floresceu e se tornou um destino, que pessoas de toda a Europa iam visitar. Mas o ano de 1939 marcou um ponto alto na história do casal. Os nazistas invadiram a Polônia e diversas nações acabaram mergulhando na Segunda Guerra Mundial.

A compaixão e as convicções do corajoso casal resultaram em centenas de vidas salvas. De acordo com o romance, "The Zookeeper's Wife", Jan e Antonia eram cristãos que se sentiram chamados a lutar contra a opressão nazista.

Belo, triste e esperançoso, O Zoológico de Varsóvia é um filme que mostra que é possível fazer a diferença no meio de tanta crueldade. É um filme triste sim, mas histórias assim precisam ser contadas, foi uma época negra na história da humanidade (é triste ver o quão cruel foram os nazistas nesta opressão em cima dos judeus), mas que nos dar esperança que a humanidade ainda tem jeito, a iniciativa dessa família salvou centenas de vidas e fica a lição de que é sempre possível fazer a diferença mesmo em situações adversas. Recomendo!

Uma frase do filme para encerrar o post:


Talvez seja por isso que eu amo tanto os animais. Você olha em seus olhos e sabe exatamente o que está em seus corações.
Filme – O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper's Wife, 2017)
agosto 12, 2019

Filme – O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper's Wife, 2017)

Inspirado por uma verdadeira amizade

O ano é 1962. Tony Lip é um dos maiores fanfarrões de Nova York, precisa de trabalho após sua discoteca, o Copacabana, fechar as portas. Ele conhece um pianista e quer que ele faça uma turnê com ele. Enquanto os dois se chocam no início, um vínculo finalmente cresce à medida que eles viajam. O filem teve 06 Indicações ao Oscar.

Confesso que gostei muito desse filme e decidi comentar um pouco sobre ele aqui no blog. Green Book, do diretor Peter Farrelly, conta a história real da amizade inesperada entre o pianista Don Shirley e seu motorista Tony Lipnum contexto norte-americano extremamente racista dos anos 60.


Green Book: O Guia

Tudo começa quando Don Shirley (interpretado por Mahershala Ali), um pianista negro brilhante que deseja fazer uma tour no sul dos Estados Unidos, uma região marcada pelo atraso, pelo preconceito e pela violência racial. Para acompanhá-lo durante esses dois meses de shows ele resolve ir a procura de um motorista/assistente confiável e que tenha boas recomendações.

Tony Vallelonga (interpretado por Viggo Mortensen) - também conhecido como Tony Lip - é um 'fanfarrão' de origem italiana que trabalha na noite em Nova Iorque. A boate onde atuava, chamada Copacabana, precisa ser fechada e Tony se vê sem trabalho durante alguns poucos meses. Responsável pelo sustento de sua família, Tony, que era casado com Dolores e tinha dois filhos pequenos, começa a procurar emprego para subsistir durante os meses em que a boate estava fechada. 

Para o então cargo de chofer, a gravadora de Don contrata o Tony Lip, que além de ser branco e racista é um poço de ignorância e truculência. Ao motorista é entregue o tal “livro verde” que dá nome ao filme. A princípio, o pianista encara o seu motorista como um mal necessário para que a sua turnê termine bem, por questões óbvias de segurança, visto que outros artistas negros já haviam tentado anteriormente fazer tour por aquelas localidades e não conseguiram ir até o fim. Desde o primeiro momento, o abismo entre os dois é notado em todo e cada gesto, em cada diálogo e em cada comportamento.

Green Book

Ao longo do percurso vemos alguns casos explícitos de segregação. Durante uma das apresentações, por exemplo, o pianista é impedido de usar o banheiro do espaço, destinado apenas para brancos. Em outra ocasião Don Shirley é proibido de jantar no mesmo restaurante em que seu público estava. Ao longo da turnê, o músico também não pode se hospedar em uma série de hotéis reservados só para brancos. Tony aos poucos vai criando afeto pelo peculiar pianista e se irrita com as regras antiquadas e racistas da região. Os dois vão gradativamente criando um laço de afeto e crescendo pessoalmente com a experiência de lidarem um com outro, com personalidades tão distintas.

Mas afinal, de onde vem esse nome ''Green Book''? Bem, o filme explica isso: Logo ao iniciar a viagem, Don entrega a Tony o livro Green Book, “Livro Verde”, e o explica que nele constam os hotéis e estabelecimentos que aceitam pessoas negras, visto que a época era de fortíssima segregação racial nos Estados Unidos. Esse livro faz referência ao “The Negro Traveler’s Green Book”, que foi publicado nos EUA entre os anos de 1936 e 1966 e era uma espécie de guia de viagem contendo todos os restaurantes, pontos turísticos e hotéis nos quais pessoas “de cor” eram bem vindas naquela época.

A história é baseada em eventos reais, no ano de 1962, o famoso pianista negro Don Shirley (1927-2013) resolveu fazer uma turnê pelo sul dos Estados Unidos. A viagem aconteceu gerenciada pela Columbia Artists, empresa que administrava a carreira do artista, e durou cerca de um ano e meio (o filme na verdade condensa a história, como se a turnê tivesse durado dois meses). Durante o trajeto, o pianista tocou apenas para um público composto por brancos. Para acompanhá-lo nesse ambiente sulista não muito hospitaleiro, Shirley sentiu que precisava de um motorista, mas também um assistente pessoal e uma espécie de guarda-costas.

Confesso que senti muita admiração pelo Don Shirley. Seu jeito de ser, as vezes até parecia ser eu, apesar de que eu não seria tão extremo como ele. Sobre o Tony, vale mencionar sua redenção durante o filme. Com pensamentos racistas e esteriótipos sobre os negros, ele realmente começa a mudar ao interagir mais com Tony e descobrir o homem incrível que ele era. 

Enfim, um ótimo filme, um tema sério e pesado que é o preconceito racial, mas de uma forma leve e agradável, sim o filme é muito agradável de ser ver. Embarcamos na estrada com os dois, e no final a gente quer continuar a ver mais. É um filme moderado, não tem nenhum exagero emocional, mesmo nas situações extremamente pesadas que poderiam dar espaço para um dramalhão, mas a obra não embarca nisso. Mereceu o Oscar. Recomendo!
Filme – Green Book: O Guia (Green Book, 2018)
agosto 12, 2019

Filme – Green Book: O Guia (Green Book, 2018)

Pela liberdade eles arriscaram tudo.

Verão de 1979, cidade de Thüringer, Alemanha Oriental. Duas famílias elaboram um plano maluco, eles estão desesperados para deixar o domínio socialista e encontrar o sonhado Ocidente e, para cruzar a fronteira, planejam usar um balão de ar quente desenvolvidos por eles mesmos. Ao realizarem o primeiro teste, e falharem, a polícia descobre o plano e passa a persegui-los como traidores. Desesperados para escapar, as duas famílias se unem para criar o projeto perfeito. Uma história incrível. Uma história verdadeira.

Ballon

Em agosto de 1961, a Alemanha passa por um processo de divisão. Muitas pessoas, desesperadas com a iminência de uma situação caótica na parte oriental da Alemanha, tentam cruzar de leste para oeste para escapar do regime comunista que estava sendo implantado na parte oriental Alemanha. Era uma média de três mil pessoas por dia que cruzavam a fronteira. A Alemanha Oriental reagiu a esta fuga em massa do seu povo, construindo uma barreira ao redor de toda a fronteira. Era uma enorme barreira que se tornou mundialmente conhecida como: o Muro de Berlim. A barricada era de concreto e arames e atravessava vilas, campos e terras cercando completamente a Alemanha Oriental. O seu objetivo não era proteger-se dos inimigos mas, impedir que o povo saísse da sua pátria. As fronteiras eram equipadas com alarmes e metralhadoras automáticas que disparavam impiedosamente contra quem tentasse ousar atravessá-las. Na época em que se passa esse filme, só os alemães muito desesperados tentam ainda cruzar a fronteira. Mesmo assim, muitos alemães orientais irão tentar.

Com direção de Michael Bully Herbig, o filme ''Ballon'' narra a história (verídica) de como um pedreiro e um mecânico, Günter Wetzel (interpretado por David Kross) e Peter Strelzyk (interpretado por Friedrich Mücke), construíram a máquina mais épica (das muitas tentativas) para fugir da Alemanha Oriental em 1979. Os tecidos para fazer o balão foram comprados em diversas lojas do país para não levantar suspeita do plano. Em setembro daquele ano, Gunter e Hans, juntamente com suas famílias atravessaram para o lado ocidental com sucesso.

Ballon

A primeira tentativa de fuga da família Strelzyks, que na verdade tentaram escapar no balão de ar quente 10 semanas antes de conseguir a fuga com sucesso, mas o balão deles caiu poucos metros antes de conseguir chegar ao território da Alemanha Oriental, a poucas centenas de metros da fronteira. As patrulhas de fronteira da Alemanha Oriental encontraram os restos esfarrapados. O que começou uma intensa investigação de conseguir capturar os ''traidores'' que tentavam escapar do país.

Enquanto a polícia secreta da RDA procurava os possíveis fugitivos, os Strelzyks envolveram a família Wetzel em seu plano de liberdade e juntos construíram um novo balão, dessa vez mais equipado e forte para possíveis contratempos. Desta vez, sua máquina voadora caseira se manteve firme e as famílias atravessaram a fronteira ilesa. Não é de admirar que a polícia secreta da Stasi tenha compilado arquivos extensos, totalizando cerca de 2.000 páginas nas duas famílias.

Essa incrível história ganhou também uma adaptação nos cinemas em Dramática Travessia (Night Crossing no original) lançado em 1982 pelos estúdios Disney e que inclusive já falei aqui no blog, clique aqui. Sem dúvidas uma história espetacular e quando fiquei sabendo desse filme novo filme ''Ballon'' corri para assistir. E claro é bom expandir as fronteiras e falar de filmes de outros países, no caso o cinema alemão, um dos melhores da Europa e do mundo. Vale ressaltar o interessante do filme passado uma década antes da queda do muro de Berlim, mostrando os percalços e perigos de quem pretendia fugir da então Alemanha Oriental, de governo socialista, altamente repressor. Com certeza vale a pena assistir. Isso é histórico. Recomendo!
Filme – Ventos da Liberdade (Ballon, 2018)
agosto 12, 2019

Filme – Ventos da Liberdade (Ballon, 2018)

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

A esperança é a maior arma de todos

Gerard Butler estrela este filme que retrata a vida de Sam Childers, um ex-traficante que dedica a vida a resgatar crianças usadas como soldados no Sudão. O sujeito se dedica com paixão às crianças e acaba deixando um pouco de lado sua vida nos Estados Unidos, onde tem esposa e filha. Conhecido como “pastor da metralhadora”, ele não tem problema em pegar em armas para defender o que pensa.

No filme, Gerard Butler interpreta Sam Childers


Com direção de Marc Forster e lançado em 2011. O filme Redenção (Machine Gun Preacher, no original) é baseado em uma história real do ex-traficante e hoje Pastor Sam Childers, que após ter passado um período na prisão, veio a Cristo através de sua esposa e ficou impactado com a obra missionária na Uganda, onde foi chamado para trabalhar, inclusive criou escolas por lá, todavia ele é conhecido nos EUA como "Pastor Metralhadora", pois para defender as crianças da Uganda e Sudão de uma milicia sanguinária, chamada LRA - Exército  de Resistência do Senhor, uma seita que sequestra crianças para a luta armada, o pastor começou a preparar junto com o governo um pequeno exército para defender o seu orfanato.

O filme retrata bem a vida de um missionário, que fica longe da família, o stress continuo de ter que correr atrás de apoiadores para a obra missionária em diversas igrejas, o sentimento de impotência devido o tamanho desafio no qual foi chamado, enfim é uma grande obra cinematográfica que lida bem com o dilema do missionário. Ele também aborda um outro dilema sobre a auto-defesa contra os inimigos, um tema sensível para a igreja hoje, o pensamento de Sam Childers, é muito parecido com o teólogo luterano alemão Dietrich Bonhoeffer, que participava de um grupo na época do nazismo que pretendia matar Hitler.

Sam Childers

Na história real, Sam Childers é um verdadeiro exemplo de transformação na vida de um ser humano. Na infância devido ao seu comportamento, seu pai costumava de dizer “Rapaz, alguém vai matá-lo um dia desses!”. Durante sua adolescência Sam estava constantemente em brigas, vendendo drogas pesadas e dormindo com mulheres casadas. Foi durante essa fase de sua vida que ele conheceu Lynn, uma stripper, que mais tarde se tornaria sua esposa. Sam, assombrado pelas palavras de seu pai, tornou-se cada vez mais preocupado que ele ia ser morto por causa das drogas e, lentamente, começou a distanciar-se de sua antiga vida. Ele encontrou um emprego na construção e prosperou apesar de continuar seu vício em drogas e álcool. Enquanto isso, Lynn voltou para a Igreja que ela havia abandonado quando era adolescente.

Sam também procurou restabelecer seu relacionamento com Deus e começou a viver uma vida limpa. Lentamente, as coisas começaram a mudar para melhor. Eles tiveram a sua primeira filha e Sam começou seu próprio negócio de construção. Mal sabiam eles que o seu maior desafio ainda estava por vir. Sam pediu ao seu pastor a oportunidade de se juntar a um grupo de missionários que iriam ajudar a reparar casas danificadas no conflito na África. Em 1998, Sam chegou na aldeia de Yei, no Sudão do Sul. Durante uma visita a uma vila, Sam se deparou com o corpo de uma criança dilacerado por uma mina terrestre. Ele caiu de joelhos e fez uma promessa a Deus que iria fazer o que fosse necessário para ajudar o povo do Sul do Sudão.

Sam voltou para o Sudão vários meses depois, e para cumprir sua promessa ele se aventurou muito em todo o país a partir da cidade ocidental de Yei para as aldeias do leste de Boma. Ao passar a aldeia de Nimule, na fronteira com Uganda, Deus enviou-lhe uma mensagem:

Deus disse: “Eu quero que você construa um orfanato para as crianças. E eu quero que você o construa aqui.

Hoje anos depois do início da sua batalha,  o orfanato é o maior no sul do Sudão e já alimentou e abrigou mais de 1.000 crianças. Atualmente, mais de 200 crianças vivem no orfanato. Infelizmente ainda há muitas crianças sudanesas que sofrem e necessitam de resgate.

Se quiser saber mais, acesse o site oficial e pode até mesmo fazer uma doação! (clique aqui)

Quanto ao filme, é muito forte e emocionante. Temos a ótima atuação Gerard Butler, que virou uma cópia do próprio Sam Children quando mais jovem, pegando não só o sotaque (que de vez em quando ele vacila, mas é perdoável), como também o jeito de falar, andar e olhar para as pessoas. Vemos o sofrimento, a raiva, a frustração, a angústia e tudo que Sam Childrens sentiu quando vivenciou apenas olhando em seus olhos. Sam realmente entendeu o propósito de ser um cristão, ajudando e amando ao próximo, especialmente nesses tempos de intolerância que vivemos. Recomendo!
Filme – Redenção (Machine Gun Preacher, 2011)
agosto 09, 2019

Filme – Redenção (Machine Gun Preacher, 2011)

A triunfante história de três mulheres que encontraram coragem para desafiar um século de injustiça.

Baseado em uma história real, essa é a história de três jovens mulheres que são mandadas para um convento por seus familiares, para "pagar por seus pecados". Essa punição é por tempo indeterminado, o que significa uma vida de trabalhos forçados na lavanderia do asilo católico. Conhecidas como "As Irmãs Magdalena", elas são humilhadas e castigadas fisicamente pelas madres, que não toleram desobediência.

Nora-Jane Noone interpreta Bernardette

Com direção de Peter Mullan e lançado em 2002, o filme The Magdalene Sisters (Em Nome de Deus, no Brasil). O cenário é a Irlanda, década de 60. A trama começando nos apresentando Margaret (interpretada por Anne-Marie Duff), que acaba sendo estuprada num casamento por seu primo; Então somos apresentados a Bernardette (interpretada por Nora-Jane Noone), que só por ser muito bonita representa um perigo para os homens da vizinhança; Depois conhecemos Rose/Patricia (interpretada por Dorothy Duffy), que está no hospital com o filho que acabou de dar a luz, sendo reprovada pelo seus pais. Todas elas são mandadas para um convento por seus familiares, com o intento de "limpar seus pecados". No convento, ainda conhecemos a história de Crispina (interpretada por Eileen Walsh), que assim como Rose é uma mãe solteira. O filme é inspirado nas instituições chamadas de Asilos de Madalena.

O título original The Magdalene Sisters poderia ter sido traduzido literalmente como “As Irmãs de Maria Madalena” como foi a tradução do título para Portugal. Há aqui uma referência direta à figura bíblica de Maria Madalena, a prostituta que teria lavado os pés de Jesus Cristo e conseguiu se redimir, pagar pelos seus pecados na terra e entrar no reino do céu. No caso, Magdalene foi o nome dado aos asilos-reformatórios (no original, Magdalene asylums) que recebiam moças desviadas e marginalizadas socialmente. Esses asilos, chamados de lares Madalena, na Irlanda, eram de responsabilidade das Irmãs da Misericórdia, em nome da Igreja Católica. Trinta mil mulheres passaram por esses reformatórios. Muitas viveram e morreram esquecidas pelos seus familiares e pela sociedade nesses Lares. O último asilo de Madalena, em Waterford, encerrou suas atividades em 25 de setembro de 1996.

Em Nome de Deus (The Magdalene Sisters, 2002)

O filme mostra alguns dos horrores praticados nesses asilos irlandeses para jovens mulheres que fossem apanhadas em qualquer tipo de atividade sexual fora do casamento. Mostrando, também, a mentalidade do povo irlandês na época, e quão hipócrita era a sociedade. O filme soa como um protesto contra as atrocidades cometidas entre os padres e freiras para com os seus devotos. Pecados são cometidos entre os fieis e todos tem de agir como se nada acontecesse, permanecer calados. Toda a calmaria que esse lugar mostra, não passa de mera ilusão, por dentro todos guardam suas angustias e pecados. "Como acatar a ordem de alguém, que comete coisas piores que você?!" é um dos questionamentos do longa. Freiras maltratam as devotas, padres abusam de fieis esquizofrênicos e tantas outras coisas são mostradas no filme. 

Confesso que comecei o filme sem muita expectativa, porém no decorrer do filme fui me interessando mais ainda por aquelas jovens e destino que elas poderiam ter. Representa um retrato vivo (de parte) da sujeira que o catolicismo trouxe à sociedade. A fotografia é interessante em alguns momentos, mas o foco do filme é no drama psicológico e não na poética da imagem. Recomendo!
Filme – Em Nome de Deus (The Magdalene Sisters, 2002)
agosto 09, 2019

Filme – Em Nome de Deus (The Magdalene Sisters, 2002)

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Nunca é tarde demais para sonhar.

Conheça a história de Kimani Ng'ang'a Maruge, um queniano de 84 anos, ex-militante da liberdade, que lutou para conseguir ir à escola e ter a educação que não teve oportunidade de ter antes.

Assisti “The First Grader” (O Estudante (na TV paga), O Aluno (Netflix), Uma Lição de Vida (título mais conhecido do filme aqui no Brasil), ufa...) há um bom tempo e decidi incluir aqui na lista de filmes do blog pois é realmente um filme que vale a pena acompanhar, inspirador e produtivo. Destaca uma das realidades da precariedade que é a educação em países africanos e principalmente mostra uma história de luta, desafio e superação. Como disse no começo do post, é baseado em uma história real. Kimani Maruge (1920-2009) foi o primeiro estudante com mais idade a iniciar na escola primária do Quênia. Sofreu muito preconceito e teve que superar muitos obstáculos para obter o seu direito à Educação.

Uma Lição de Vida (The First Grader, 2010)

Com direção de Justin Chadwick e lançado em 2010, o filme foi filmado numa aldeia situada numa montanha queniana, o filme conta a notável história verdadeira e edificante de Kimani Maruge (interpretado por Oliver Litondo), de 84 anos, antigo veterano Mau Mau, uma sociedade secreta que lutava pela descolonização do Quénia. Maruge lutou pela liberdade de seu país, foi preso e torturado. Aos 84 anos, se fazendo valer de um discurso do Presidente do Quênia que garante educação para todos, Maruge decide se matricular numa escola primária. Como a escola possui mais crianças do que sua estrutura precária suporta, sua matrícula é negada e ele precisa insistir muito até ser aceito. Porém, ao começar a estudar, a atitude de Maruge gera revolta e indignação na comunidade, colocando sua segurança em risco.

Maruge foi um veterano e sobrevivente da revolta de Mau Mau, em 1950, que sempre lutou contra as forças de colonização britânica, sendo assim não teve oportunidade de aprender a ler e nem escrever quando criança, pois toda sua vida foi de luta para sobreviver. Cresceu e continuou resistindo, lutando, perdeu tudo que amava, depois de idoso lutou mais uma vez pelo direito de poder estudar, mas o acesso que ele almejava era através da educação infantil. Algo difícil, já que existia alfabetização para adultos.

Hoje, os Mau Maus são vistos como símbolo de um movimento que lutava pela liberdade queniana, e conseguiram, em 2013, o pedido de desculpas do governo britânico pelas ações no período. Mas não foi essa visão que Maruge encontrou quando buscou entrar em uma escola, e ele, que meio século antes lutara pela liberdade de seu país, agora enfrentava outra batalha, dessa vez mais pessoal: a luta pela liberdade de aprender.

O verdadeiro Kimani Maruge em sala de aula

A história de Maruge atraiu a curiosidade da imprensa internacional, e ele passou a carregar a bandeira do programa para todo o mundo, sem nunca relegar a tarefa ou interromper seus estudos. Ele acreditava que a educação era a solução para uma sociedade melhor, e não deixou nenhum obstáculo impedir sua busca.

Em 2005, foi convidado para discursar em Nova York, em um evento das Nações Unidas, e mais uma vez pregou a importância do ensino livre para todos, e que seu sonho seria não precisar ver ninguém mais ter que esperar como ele para receber educação.

Maruge morreu em 2009, por decorrência de um câncer. Só parou de estudar dois anos antes, quando se viu obrigado a se mudar para Nairob, capital do país, depois da forte violência que assolou o Quênia após as eleições, e com sua região sendo o epicentro de todo o conflito.

O filme mostrou a perseverança e força de vontade de Maruge para ter a tão sonhada liberdade, a educação. É realmente uma verdadeira lição de vida. Sabe aquele tipo de filme que desperta um turbilhão de sensações, a  gente chora, a gente ri, sente raiva, compaixão, alegria entre outras emoções? Pois é esse filme. Que nos um grande exemplo de força, coragem e determinação. Nunca é tarde para aprender e lutar pelos seus ideais. A verdade é simples, quando se quer algo com muita vontade, tudo é possível. Não existe obstáculos, não existe limitações. Você pode ser o que você quiser. Só precisa acordar pra isso!

Assistir ao longa e conhecer a vida de Maruge não é apenas descobrir uma história motivacional e de que nunca é tarde demais para aprender, mas também é descobrir que o estudo é um dos caminhos para se alcançar a liberdade. Sua e de toda a sociedade. Recomendo!
Filme – Uma Lição de Vida (The First Grader, 2010)
agosto 08, 2019

Filme – Uma Lição de Vida (The First Grader, 2010)

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Descubra o incrível mundo das primas de Jackie Kennedy.

Em 1973, os cineastas Albert e David Maysles entraram no decadente mundo da tia e da prima de Jacqueline Kennedy - Edith Beale e sua filha Edie, documentando a vida destas mulheres que abriram mão de sua luxuosa vida por um isolamento sem precedentes em sua mansão.

Esta produção feita pela HBO (e ganhadora de 6 Emmys), é baseada nas vidas das excêntricas Big e Little Edith Bouvier, respectivamente, tia e prima de Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994).

Mãe e filha viveram juntas na mansão de Grey Gardens por décadas em quase total isolamento. As condições precárias da vida destas duas mulheres foram expostas, através de um artigo publicado numa revista americana, atraindo a atenção de Albert e David Maysles que fizeram um documentário sobre suas trajetórias, aclamado internacionalmente. Que foi lançado em 1979. O subtítulo "Do Luxo à Decadência" resume bastante esse filme baseado no documentário sobre as vidas de Edith Bouvier Beale ''Little Edie'' (1917-2002) e Edith Ewing Bouvier ''Big Edie'' (1895-1977), as primas socialites da Primeira Dama Jacqueline Kennedy. O filme nos mostra o passado (de luxo) em que ambas as personagens eram vãs, ricas e constantemente procurando por fama e mais dinheiro.

Grey Gardens - Do Luxo à Decadência (Grey Gardens, 2009)

Trinta e cinco anos depois do famoso documentário dos irmãos Maysles – GREY GARDENS: do luxo à decadência – estamos de novo frente a frente com as duas excêntricas parentes de Jacqueline Bouvier Kennedy Onassis moradoras de uma decadente mansão nos Hamptons: Jessica Lange (vencedora do Emmy) e Drew Barrymore (indicada ao Emmy) encenam  as reclusas mãe e filha que forjaram para si um laço único e inquebrantável. O filme, dirigido por Michael Sucsy, registra quatro décadas enfocando suas vidas bem antes da realização do documentário dos irmaos Maysles.

Antes de ver o filme eu assisti ao documentário há uns anos. É bem interessante porque o filme, de certa forma, complementa o documentário, fornecendo dados sobre a vida das duas antes da decadência (embora eu já tivesse pesquisado sobre a história). Mas é fundamental que se assista ao documentário. O ideal seria vê-lo antes, mas, pra quem já viu o filme de 2009, ainda assim, é importante. Isso porque o filme, embora reproduza literalmente algumas situações e diálogos do documentário, não dá conta da dimensão do que é mostrado no documentário. De certa forma, o filme atenua e até "glamoriza" um pouco não só as condições em que viviam, mas a própria relação das duas, que é era um pouco mais ácida e complexa do que é encenado. 

Só posso dizer que me fez refletir bastante sobre o poder de nossas escolhas no presente. E toda a questão do nosso futuro. O filme da HBO traz toda a realidade e emociona o público, pois se nota que, apesar das discussões entre mãe e filha, existia uma admiração e um amor grande entre elas. Uma das frases marcantes que a mãe disse e me tocou bastante foi enquanto a câmera filmava algumas fotos da filha quando jovem, ela disse: “Não parece a foto de uma jovem que tinha o mundo a seus pés?”.

É difícil dizer as razões que as levaram a esse estado de vida, sem condições alguma. A dança de Little Eddie com a bandeirinha americana e toda a excentricidade das duas é quase inacreditável. Elas convivem com os animais na casa e em meio ao lixo e aos dejetos dos bichos. O método utilizado foi o do cinema direto, sem intervenção, sem músicas, sem preparação do material filmado. Esse tipo de filmagem aproxima o espectador das histórias que estão sendo mostradas. A identificação e a comoção com o que se está vendo se faz muito mais facilmente. Tudo é sentido de uma forma mais intensa, pois sabemos que não houve “encenação” no sentido de criação do que está sendo filmado. No fim das contas, "Grey Gardens" é um belo filme, com grandes atuações e uma história fabulosa. Imperdível!
Filme – Grey Gardens - Do Luxo à Decadência (Grey Gardens, 2009)
agosto 06, 2019

Filme – Grey Gardens - Do Luxo à Decadência (Grey Gardens, 2009)

Uma história de amor, traição e vingança.

Vítima de uma cilada de seu amigo, Edmond Dantes é acusado de traição e condenado à prisão perpétua no Chateau d'If. Lá fica amigo de um abade que lhe fala de uma fortuna escondida na ilha de Monte Cristo. Anos depois, Edmond foge, resgata o tesouro e, agora como Conde de Monte Cristo, volta para vingar-se, infiltrando-se na nobreza francesa. Aventura baseada no clássico de Alexandre Dumas, diversas vezes adaptado para o cinema e a TV.

The Count Of Monte Cristo, 2002

Com direção de Kevin Reynolds. “O Conde de Monte Cristo” retrata a história de Edmond Dantés (interpretado por Jim Caviezel), um jovem marinheiro, honesto, apaixonado por sua noiva Mercedes, e que acaba de ganhar o posto de Capitão do Pharaon, impotente embarcação Mercantil do Sr. Morell, onde encontra um grande amigo.

No entanto, tal sorte acaba por mudar quando até então seu melhor amigo, Fernand Montego (interpretado por Guy Pearce), se alia ao 1° imediato do navio, Danglars, e ao Sr. Villefort (interpretado por James Frain), procurador de Maselha. Juntos, acabam por acusá-lo de traição e encarcerá-lo na Ilha de If, uma prisão que jamais alguém escapa. Dantés, após vários anos, conhece na prisão um velho padre, que o ensinará tudo que sabe, auxiliará em sua fuga e o deixará rico.

Assombrado pelo curso que tomou sua vida, com o passar do tempo ele abandona tudo que sempre acreditou sobre o que é certo e errado, e se consome por pensamentos de vingança contra aqueles que o traíram. Com a ajuda de outro preso (interpretado por Richard Harris), Dantes planeja e é bem-sucedido em sua missão de escapar da prisão e se transformar no misterioso e riquíssimo Conde de Monte Cristo. Com uma astúcia cruel, ele se envolve com a nobreza francesa e sistematicamente destrói os homens que o manipularam e o aprisionaram.

A história do filme possui algumas diferenças com a história do livro, escrito por Alexandre Dumas, que o inspirou. Apesar de o roteiro do filme manter o tema principal, que é a sede de vingança, várias características dos personagens foram alteradas em relação ao livro. A história passou a ser bem mais simplificada, deixando de lado muitos personagens que estavam no livro. Apesar disso é um ótimo filme, considerando que conseguiu resumir bem em duas horas um livro com quase duas mil páginas. Gosto muito, por isso recomendo!
Filme – O Conde de Monte Cristo (The Count Of Monte Cristo, 2002)
agosto 06, 2019

Filme – O Conde de Monte Cristo (The Count Of Monte Cristo, 2002)

sábado, 3 de agosto de 2019

Quem desobedece as leis da sociedade vai para a cadeia. Quem desobedece as leis da cadeia, vai para Alcatraz.

Após várias tentativas de fuga, o presidiário Frank Morris é transferido para a prisão de Alcatraz. Conhecida por ser inviolável, a penitenciária, que fica em uma ilha no meio do oceano, é observada por Morris, que elabora um complicado plano para tentar escapar com outros detentos.

Assisti ao filme ''Fuga de Alcatraz'' no Telecine Play há uns dias e gostei bastante. Primeiro que tem o Clint Eastwood no elenco e isso já é suficiente para eu ir lá assistir. É um suspense claustrofóbico, atuações boas e tudo funciona perfeitamente. 

A trama se passa em 1960 quando Frank Lee Morris (interpretado por Clint Eastwood) chega ao presídio de segurança máxima da Ilha de Alcatraz, San Francisco. Ele possui várias tentativas de fugas em seu histórico. Após ser registrado, Frank é enviado para conversar com o diretor da prisão (interpretado por Patrick McGoohan), que o informa de que ninguém jamais conseguiu escapar da ilha, quem tentou foi recapturado ou morreu afogado no mar gelado.

Clint Eastwood em Escape from Alcatraz (1979)

Dias se passam no lugar, Frank reencontra os ladrões de banco John e Clarence Anglin (interpretados por Fred Ward e Jack Thibeau, respectivamente), já os conhecia de outros presídios, também conhece o novo vizinho de cela, Charley Butts (interpretado por Larry Hankin). Determinado a fugir, Frank percebe que o concreto ao redor do duto de ventilação de sua cela está apodrecendo, logo a simples ideia de fugir começa a ganhar contornos de realidade.

Durante vários meses, Frank, os irmãos Anglin e Butts cavam ao redor do tubo de ventilação de suas celas com colheres (roubadas durante o almoço) e fazem um molde da grade em papel machê. E na data de 11 de junho de 1962, o grupo decide fugir da prisão...

A vida na prisão parece ser um grande fascínio em muitas pessoas, principalmente se o centro de detenção for Alcatraz, que mantém uma certa aura de lenda como a prisão impossível de se escapar. Tudo isso garante o sucesso e o interesse nessa obra, um bom filme contando a estória de prisioneiros reais (pelo menos os nomes e a fuga são fatos históricos) que conseguiram sair da prisão dita infalível.

A ilha de Alcatraz tinha fama de ser um lugar impossível de fugir, foi o único lugar que segurou presos famosos como Al Capone e Robert Franklin Stroud, mas a prisão era de segurança máxima até Frank Lee Morris ser enviado para Alcatraz. Frank era conhecido por empreender fugas espetaculares e sua inteligência acima da média o transformou em um mito. Sua fuga tem certa relevância histórica, pois foi um dos fatores que contribuíram para o fechamento do presídio em 1963 (um ano depois da fuga).

Escape from Alcatraz (Fuga de Alcatraz ou Alcatraz - Fuga Impossível, no Brasil) foi lançado em 1979 com direção de Don Siegel. O filme é uma adaptação do livro homônimo escrito por J. Campbell Bruce, que por sua vez conta a história real da fuga do prisioneiro Frank Morris da prisão da Ilha de Alcatraz, na Baía de São Francisco. Ótimo filme. Recomendo!
Filme – Fuga de Alcatraz (Escape From Alcatraz, 1979)
agosto 03, 2019

Filme – Fuga de Alcatraz (Escape From Alcatraz, 1979)

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Lute contra o medo. Enfrente a verdade. Abrace a vida.

Muitas vezes pensamos que as oportunidades de vencer na vida são restritas. Tantas outras nos sentimos infelizes por acharmos que não conseguimos aproveitar uma ou outra chance que tivemos. Na maior parte dos casos, as pessoas costumam a atribuir o fracasso a fatores externos, não relacionados diretamente a seu próprio desempenho, formação ou força de vontade. É isso que nos leva a refletir o filme ''Voltando a Viver'', um relato, da necessidade que temos de resolver o nosso passado para poder seguir em frente. Mostrando que nada deixa o homem mais doente do que o abandono da própria família e revelando que ela é importante para cada um de nós. Que o sentimento de ódio, raiva, angústia é capaz de nos afogar no poço sem fundo da solidão, se assim permitirmos.

"Voltando a Viver" (Antwone Fisher, no original), é dirigido e estrelado pelo talentoso Denzel Washington, que nos conta a história de um jovem que colocava como obstáculo a seu sucesso a infeliz história familiar durante sua infância. Lembro que assisti numa madrugada na Rede Globo depois que faltou energia no meio da noite. Ah energia voltou e eu acabei ligando a TV e assistindo ao filme, de certa forma permaneceu na minha memória por anos, até ter uma oportunidade de assistir novamente.

Voltando a Viver (Antwone Fisher, 2002)

O filme é inspirado por uma história verídica, com o verdadeiro Antwone Fisher creditado como o roteirista, baseado em sua autobiografia escrita no livro Finding Fish. O protagonista da história é um jovem marinheiro com um temperamento explosivo e violento. Interpretado pelo até então desconhecido ator Derek Luke, Antwone Fisher (que dá nome ao título original do filme) é encaminhado para se tratar com Dr. Jerome Davenport, um psiquiatra vivido por Denzel Washington. A princípio, Antwone se mostra resistente em falar sobre si e das pessoas que fizeram parte de sua vida, mas aos poucos vai se abrindo e revelando seu passado. Abandonado pela mãe, quando ainda era uma criança – e mudando de orfanato a orfanato – o protagonista acaba adotado por um casal. Ao contrário do que imaginava , ao invés de ganhar carinho e atenção dos novos pais, Antwone sofre agressões sucessivas e abusos da nova família. Como parte do tratamento, o psiquiatra aconselha que o jovem marinheiro retorne à casa onde viveu com seus pais adotivos , afim de encarar seus traumas e seus medos de frente.

Ao dar de cara com Antwone, sua mãe postiça o trata com se ainda fosse o menino oprimido do passado, mas se assusta ao perceber que o rapaz olha firmemente em seus olhos e descarrega tudo o que teve medo de dizer durante todo o período em que morou com ela. Decidido a encontrar algum parente de sua falecida mãe biológica, o protagonista pressiona a mulher que o criou e ela acaba revelando algumas informações que podem ajudá-lo na busca por seus familiares.

Voltando a Viver (Antwone Fisher, 2002)
Ao chegar à cidade natal de sua genitora, Antwone acaba conhecendo alguns de seus parentes, como tias e primos, e um desses entes revela que Eva May – sua verdadeira mãe – ainda está viva e morando na cidade. Após muito pensar, o rapaz vai à casa da mulher que o trouxe ao mundo. Numa das melhores cenas do filme, Antwone, com os olhos marejados, encara Eva May e a questiona sobre o abandono.

Antwone é um cara que tinha tudo pra dar errado, sofreu diferentes tipos de abuso a vida toda e de alguma forma teve forças pra se reerguer. É um belíssimo exemplo de superação e força de vontade. “Voltando a viver” trata de superação, determinação e coragem. O que Antwone viveu poderia ter acontecido com qualquer um de nós. Enfrentar nossos medos não é tarefa das mais fáceis, é necessário valentia para poder vencê-los e não deixar que esses medos se tornem uma espécie de cela sem portas. Sem dúvidas, nos enche de esperança e coragem para mudar. Recomendo!
Filme – Voltando a Viver (Antwone Fisher, 2002)
julho 31, 2019

Filme – Voltando a Viver (Antwone Fisher, 2002)

Elas são rivais no amor. E cúmplices na maternidade.

Divorciado, Luke pretende casar com a bela fotógrafa de moda, Isabel. Mas os filhos e a ex-mulher Jackie não aceitam. Ao descobrir que está gravemente doente, Jackie percebe que precisa reconstruir uma família para as crianças e acabar com as diferenças.

Assisti ''Lado a Lado'' na Sessão da Tarde há muitos anos, foi um dia da semana que faltei uma aula e acabei assistindo o filme. Gostei muito e assisti mais algumas vezes em outras oportunidades.

Lado a Lado (Stepmom, 1998)

Com direção de Chris Columbus (um dos meus diretores favoritos, que já dirigiu também Home Alone e Harry Potter) e lançado em 1998. O filme começa com muita tensão familiar, uma adolescente de doze anos, Anna (interpretada por Jena Malone) e um garoto de sete, Ben (interpretado por Liam Aiken), filhos de pais separados, não aceitam a nova namorada de seu pai Luke (interpretado por Ed Harris), a bela e renomada fotógrafa Isabel (interpretada por Julia Roberts). O garoto ainda tolera a situação, mas a adolescente não se conforma com a separação e com fato de seu pai e a namorada viverem juntos, pois isto significa que as chances de reconciliação de seus pais se tornam quase nulas. Por sua vez, a mãe das crianças Jackie (interpretada por Susan Sarandon) ainda alimenta esta briga, fazendo o gênero "mãe perfeita". A fotógrafa faz de tudo para agradar as crianças, chegando ao ponto de dar tanta atenção aos enteados que acaba perdendo o emprego, pois deixou de ser a profissional competente que era. Até que uma notícia inesperada muda completamente a relação entre os familiares.

Tudo muda quando Jackie descobre que está doente e passa a enxergar Isabel com outros olhos, não mais como “rival”. Ela percebe, e faz os filhos perceberem, que Isabel não quer roubar sua função, muito pelo contrário, pode se tornar uma amiga. Deixando de lado a ideia de que a nova companheira de seu ex-marido não seja boa o suficiente para seus filhos, Jackie confia que futuramente, quando ela não estiver mais presente devido à doença, Isabel possa desempenhar um papel importante na vida de seus filhos. Isabel, por sua vez, mostra que está disposta a fazer tudo pela nova família e que pode sim amar Ben e Anna como uma mãe. O filme é uma história de superação, amizade, família e, principalmente, amor de mãe. Uma das minhas cenas memoráveis do filme é quando Jackie, fica cantando Ain’t no moutain high enough com os filhos. Um misto de alegria e tristeza. Assistimos o quanto é triste para essa mãe ser obrigada a deixar seus filhos aos cuidados de uma 'estranha' e não poder participar do crescimento das crianças.

É uma história simples, mas real sobre a vida e as surpresas que o destino prepara para as pessoas. A mensagem que "Lado a Lado" nos passa é que devemos aproveitar cada momento ao lado de quem amamos, pois nunca sabemos o que vai acontecer no dia seguinte. Um dos melhores filme do diretor Chris Columbus. Enfim, um filme muito bonito, muito bem feito e bem escrito que fez bastante sucesso com merecimento. Enfim, vale a pena assistir e se emocionar. Recomendo!
Filme – Lado a Lado (Stepmom, 1998)
julho 31, 2019

Filme – Lado a Lado (Stepmom, 1998)